(Re) Vivendo - Terceiro Capítulo por Gabriela Vilks



'' A vida , só e bonita se você parar de vê-la com os olhos de um retardado. Antes de abrir os olhos pela manhã, antes de colocar o corpo para fora da cama, sinta o ar entrar em seus pulmões, e sinta-se vivo. Sinta sua pele, sinta seu pulmão dilatar, levante-se e olhe pela janela - e não importa se o que ver for só concreto - sorria. Você, conseguiu viver mais um dia '' Gabriela Vilks




Como o ar daqui é bom, pensou ele ao respirar fundo o ar puro dalí. Tudo parecia tão calmo e normal alí, que até dera uma vontade de ficar alí para sempre, com ela.
Ele sorriu no escuro e sentiu o coração pular dentro de si, quando a escutou dizer que ali era bonito.
A brisa era fresca, e um pouco gélida, mas estava perfeito. Ela é perfeita , pensou ele.
Qual foi a última vez que me senti assim ? Se perguntou ele. Não me lembro.
- Por que ? - perguntou ele , quase num sussurro.
- Não sei, mas isso não importa. Não agora. - ela respondeu breve e com firmeza.
- E depois ? Vai ficar na minha vida  ? - perguntou , já com medo da resposta.
- Não sou capaz de ficar na vida de mais ninguém. - ela respondeu ao vento.
- Como pode saber se não tentou ? - ele fitou a lua ao perguntar
- Minha vida se foi quando ele se foi. Hoje eu não vivo. Sobrevivo. - ela respondeu friamente.
- Suportar , não é mesmo ? - concordou ele.
- Faz parte. - ela completou
- Você me trouxe vida, por alguns instantes. - falou ele
- Você também. - ela retrucou.
- Eu me pareço muito com ele ?  
---
Uma fisgada ardeu no peito dela , quando o ouviu perguntar se parecia com ele.
Demorou alguns segundos para responder.
- Sim, e eu gosto disso. - engoliu em seco.
- Hum. Você também se parece com ela. Mas acho que não gosto disso. - respondeu ele deixando claro a dúvida no ar gélido.
- Que bom.- ela concordou - se gostasse de verdade estaríamos na cama uma hora dessas. - ela riu baixo no final da frase.
- Não duvido. - ele concordou, se lembrando do gosto da boca da moça
Se passaram alguns minutos e os únicos barulhos alí foram o da água corrente, e o da floresta.
O céu não estava totalmente encoberto e a luz da lua minguante e das poucas estrelas eram o suficiente pra tornar a paisagem, incrível, para quem sabia observar.
Droga !Pensou ele. Do que se trata exatamente ? De saciar meu desejo de tê-la visto pela última vez ? Meu desejo de não ter brigado com ela na semana antes ? Meu desejo de não ter pintado a parede de amarelo ? Meu desejo de sentir pela última vez o perfume doce dela , ou meu desejo de me sentir vivo outra vez ? Quer realmente saber , Zayn, seu idiota ?! É o seu desejo de se mostrar como você é.
Uma ave piou ao longe.
- Sabe, eu gostaria de saber seu nome. - ela disse naturalmente.
- Zayn.
- Combinou.
- Com o que ?
- Com sua aparência. Um nome forte, pequeno e enigmático. Pelo menos pra mim.
- Interessante.
- E o seu ?
- Kate, na verdade, Katherina.
- Bonito nome.
- Obrigada.
- Não acredito que sou tão parecida com ela assim, a ponto de você me roubar um beijo.
Ele riu baixo. Demorou a responder.
- Quando te vi, senti que morri ou nasci de novo, não sei explicar. Algo mexeu aqui dentro. De um modo que só ela sabia mexer. Seu cabelo castanho , seus olhos castanhos, seu rosto fino e modelado, sua boca pequena e estreita, seu perfume doce e instigante. Na verdade, eu diria que você é um cover quase perfeito dela - ele riu baixo novamente - e eu não faço a menor ideia do que fazer agora. Sei que seus olhos me disseram muito mais coisa do que sua boca, e acho que você não gostou disso, não é mesmo ?
- É - ela soltou um riso anasalado - não gostei mesmo. E acho que em quesitos iguais, você só perde para as tatuagens . É incrível. E me pergunto se é realmente real.
- Segure - disse ele estendendo a mão para ela no ar.
Ela tentou fitá-lo nos olhos , mas não teve certeza se conseguiu com o escuro, e mesmo vendo pouco, enlaçou os dedos na mão dele.
Os dedos se apertaram contra a mão de cada um. Gerando a sensação de segurança, que só sentimos quando seguramos firme com amor verdadeiro.
Ela se lembrou da tarde no lago. Ele se lembrou da tarde na sala. Ele apertou a mão da moça contra a sua e presumiu que ela visse o quanto era real. Ela virou o rosto para o horizonte e para o céu novamente, sem demostrar se queria ou não se soltar da mão do rapaz. Ele não queria.
Ele, puxou o corpo um mais para o lado, e ela riu consigo mesma. Ela sentiu cócegas quando ele arrastou seu cabelo solto com todo o cuidado para o lado, liberando a vista seu pescoço esguio e pequeno. Ela apertou a mão dele. Uma respiração funda, contida de dor e negação foi solta por ela quando sentiu os lábios do rapaz em seu pescoço. Ele, ao beijar o macio pescoço da moça, sentiu novamente o perfume doce. Sorriu internamente. A cada beijo demorado em seu pescoço, o NÃO gritava em sua cabeça. Alguma parte consciente de seu cérebro lhe dizia : '' Ele é um desconhecido, você não o conhece, e está deixando beijar seu pescoço ? Impressa ! '' Mas, em alguma região de seu ser, o SIM, gritava mais forte, e os dois saberiam que o Sim, venceria naquela noite.
Para alguém que perdera a habilidade com mulheres e momentos 'quentes', o movimento que ele fez de puxar as pernas da moça para cima da ponte , foi até que bem sucedido. Um sorriso contido, estava nos lábios dela. Seguindo a linha do pescoço, desde a parte da nuca, até logo abaixo do queixo, ela sentiu cada toque como um arrepio bom e suave. Cada centímetro de pele, importa, pensou ele. As mãos, não se desprenderam por nenhum momento até agora. Ao sentir seu pescoço liberto - infelizmente - dos lábios macios do rapaz, com a mão livre, encostou carinhosamente no peito do rapaz, e ficou alí, brincando com a gola de sua camisa por alguns segundos. Seus olhos cravaram nos dele no escuro, e então como se eles a chamassem, ela os beijou. Beijou os olhos, a testa, o nariz suave, as maças do rosto ligeiramente entalhadas, as bochechas, o queixo reto, fazendo um caminho que com certeza era arrepiador, para ambos, sabendo que o destino final , seria logicamente, a boca do rapaz. Como se já soubesse do passo seguinte, ele , se desprendeu da mão da moça, a puxou pela cintura, se encostou na lateral da ponte, fazendo com que ficassem frente a frente de um jeito mais confortável. A mão da moça no peito do rapaz, sentia a respiração calma dele. E isso, ela achava incrível. Olhos abertos não eram precisos, e novamente, as bocas pareciam se atrair, e demorou mais do que o normal, para realmente , os lábios se grudarem meigamente.
E então, quando se encontraram efetivamente, a mesma corrente elétrica de antes, passou em ambos os corpos, gerando uma alegre cócega na coluna. Bocas se explorando calmamente, suavemente como o sono  profundo de um bebê. Era lindo de ver. As mãos dele, já se encontravam nas costas da moça, a segurando como se fosse uma boneca de porcelana, ou então um presente caro que não queria deixar cair. As dela, pousavam em seu nem tão largo peitoril, a frente de seus corpos.
Demorou até sentir tudo, cada canto da boca,  cada sensação que era sentida com o toque sutil da língua dentro da boca.  Foi incrível. Nenhum dos dois havia beijando ninguém assim antes. O beijo, só fora o começo.

2 comentários:

  1. Perfeito,
    Continua??
    Beijos e até! xXx

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  2. Obrigada por ler Agatha ! Já estão disponíveis os próximos capítulos ! :) até

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