(Re) Vivendo - Primeiro Capítulo por Gabriela Vilks


Olá minha gente ! Bom, só pra poder dar uma variada, vou postar também aqui, minha breve história (Re)Vivendo .. é uma mini história de encontro , dor, e perdas .. um homem e uma mulher, que passaram pela perda de seus amores não muito tempo, e que sem querer , pelo acaso do destino, se encontraram em uma boate. Sem querer, a atração física e mental por ambos, surge como se fosse o ar ficando visível. Tudo faz sentido quando os lábios se tocam, e parece que a vida , volta ao peito de cada um. 
Amor, muito amor, e finalmente vida, fazem dos dois, pelo menos por uma noite, completos novamente.


A história também está disponível aqui : Dare to Dream 


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" Muitas vezes, temos que aprender a amar aquilo que é bom pra gente, aquilo que nos faz bem . Isso é ser racional. Amar o que não vemos, amar cegamente e intensamente o que nos machuca, é babaquice. Isso é ser humano. '' 
G. vilks.








Ela não estava nem um pouco bem e após tomar dois copos de uma bebida cítrica e docemente alcoólica, perdeu o pouco sentido que restava em sua mente translúcida.  A vontade de afogar todos os sentimentos e todas as mágoas dentro do copo que segurava, era quase tão grande quanto a vontade de achar uma ponte alta o suficiente para pular e não sobreviver para contar a história. 
Depois da semana cheia de fofocas e novas intrigas idiotas no trabalho sobre sua vida sexual, que nos últimos meses se tornou tão visível quanto a tristeza que era permanente em seus olhos, e depois de todas as noites frias acordadas em lágrimas, ela decidiu seguir o conselho de sua melhor amiga : '' A vida continuou a seguir. Ela não parou quando ele se foi e você também não tem que parar'' e então, depois de uma sexta feira razoavelmente feliz, ela decidiu se produzir, arrumar o cabelo e ir para algum bar ou boate desconhecida a fim de descarregar todo o choro, a dor, a raiva, a solidão horrenda que estavam a privando de viver , desde que ele se fora, na bebida ou em algum homem de braços fortes e bons ouvidos.
Ela colocou o melhor vestido de festa que achou em seu armário, passou o básico lápis preto nos olhos , muito rímel, um batom claro somente para dar um contraste no visual negro.Se achou, pela primeira vez em tempos, bonita novamente.
Pegou o carro e saiu pela cidade , procurando por algum lugar cheio o bastante onde ninguém a conhecesse.
Quando achou, logo foi procurar pelo bar, onde se sentou e ficou a beber e a olhar para as sombras que se movimentavam esguiamente na pista com a música alta e contagiante. Ignorou elegantemente os olhares fixados e maliciosos dos homens , em suas pernas descobertas, revirando os olhos e levando a boca mais um pouco mais da bebida doce que a viciava a cada gole. 
Decidiu que a noite só iria acabar quando ela estivesse acabada. Era uma situação complicada e muitas pessoas poderiam achar esse jeito de fugir dos problemas, um atendado aos bons modos. Ela já não era um moça de bons modos há muito tempo e sabia que isso não fazia diferença nenhuma. A vida havia perdido a cor, e então experimentava cada coisa, desde pessoas a comidas, simplesmente para tentar achar em alguma delas o sabor da vida novamente. 
Ao pedir que o Barman enchesse mais uma vez seu copo, ela subitamente se levantou e caminhou até onde todos os corpos se amontoavam para dançar. 
Ela recuou alguns passos antes de adentrar na pista.
Fitou por alguns segundos os corpos refletindo luxuosamente os flashes coloridos que piscavam e apagavam, e avançou alguns passos chegando em algum espaço não muito tumultuado.
E foi alí,que ela começou a se mover no ritmo da música , com uma leveza que chegava a ser contrastante com o local. Ela mexia lentamente as pernas e braços, os olhos fechados e seu corpo se contorcia habilmente como uma cobra sendo hipnotizada. Obviamente, os homens que tiveram a sorte de observá-la dançar , ficaram totalmente encantados, se perguntando certamente de , como uma mulher poderia dançar daquele jeito ? 
Ela se esqueceu de quem era e seus movimentos foram ficando mais ousados conforme em sua mente, flashbacks dos momentos felizes e extraordinariamente quentes na cama com ele, iam passando, e as sensações estasiantes e magníficas que um dia ele lhe causara, iam se espalhando por seu corpo como um veneno, a queimando por dentro.
Suas costas estavam arqueadas, sua bunda empinada, e suas mãos passeavam livremente por próprio corpo como se fossem serpentes tentando subir em um tronco de árvore. Era um cena absurdamente sensual para quem apreciava. Uma mulher esbelta, elegante em seu vestido preto e curto, lindamente dançando sozinha no meio da pista , como se dançar, fosse a última coisa que ela gostaria de fazer antes que o fim do mundo chegasse.
Não demorou muito para que algum homem, tosco e um pouco mais ousado que os outros, encantado pela dama, chegasse perto, e grudasse o corpo dele ao dela , numa tentativa animal e imbecil de quem sabe, conseguir um bom sexo ao final da noite. Ela pensava assim. E é realmente o que a maioria dos homens querem: somente um boa e gostosa transa.
E foi isso o que ela também fez com os homens bobocas do escritório. Transou com cada um deles. Os deixou pensar que ela é quem estava sendo aproveitada, mas na verdade eles é quem estavam sendo usados por ela. Claro, em aspectos diferentes. Eles a usaram sexualmente, ela os usara emocionalmente, descarregando no sexo com cada um deles, toda a ira que ela guardara do mundo imbecil.
 O homem que grudou o corpo ao dela, a agarrou pela cintura gostosamente e a girou, de modo que ele pudesse a fitar no rosto quando algum raio de luz o iluminasse. Ela agradeceu internamente por ele ser bonito. Um bonito que ela definiu: animalesco. Ele era moreno, com traços retos em seu queixo, sua barba rala formava um cavanhaque sutil e estiloso. Seu cabelo negro, raspado nas laterais e um topete arrepiado ao alto da cabeça, diziam que ele tinha ao menos 25 anos. Quando flashes passaram por ele, ela conseguiu identificar um corpo magro, porém forte, braços normais, mas encobertos por várias tatuagens. Ela gostou disso. Mais um pouco de exotismo. 
A mão dele em sua cintura ainda não havia se movido, e seus quadris estavam se movendo grudados, fazendo com que ela sentisse o volume na calça do rapaz em suas coxas. Ela, como se quisesse provocá-lo mais um pouco, o prendeu pelo pescoço o puxando para mais perto, se possível. Ela sentiu um perfume forte, exatamente másculo, daqueles que se usa para atrair mais mulheres na balada.Ela riu. 
O ritmo da música era quase alucinante e a cena, dos dois corpos colados aproveitando cada centímetro e movimento, era totalmente excitante. 
O objetivo das duas mentes que agora estavam coladas, eram bem diferentes, mas tinham algo em comum. Nenhum dos dois sabia que o outro passara por uma fase complicada na vida. 
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Ele , depois de aguentar mais uma semana no trabalho, agradeceu por finalmente ser sexta feira. 

Voltou para o pequeno e aconchegante apartamento que ela escolhera , logo quando começaram a namorar. Toda vez que ele passava pelo quarto, agora branco,  era como se a visse dormindo com seu pijama amarelo. Parecia que cada parte da casa, o fazia a lembrar dela. 
Já não se interessava mais pelos jogos de futebol na tevê, em ouvir as músicas do Mick Jagger no volume máximo aos sábados, e muito menos por lasanha de frango. Era a comida favorita dela, que eles faziam questão de preparar juntos aos domingos. 
A casa já não era mais a mesma também, muito menos ele. As paredes foram pintadas 3 vezes. Os móveis , mudados de lugares inúmeras vezes. Mas, das lembranças, ele sabia que não tinha como se desfazer. E nem queria. Eram elas que o mantinham vivo.
Ficar bêbado pela madrugada, havia virado rotina. E quando ele estava pior do que o normal, quando via o anel em sua mão, podiam esquecer de vê-lo no trabalho por dois dias, pelo menos. 
 Já fazia 2 anos. Era muito, e ele sabia disso. Não tinha vergonha nenhuma de sair na rua com a cara inchada de choro, e muito menos vergonha de aparecer no trabalho depois de ficar dois dias em coma alcoólico por causa das malditas memórias. Ele era forte e ninguém podia negar isso. 
Os amigos, tentaram muito no começo, mas logo foram desistindo. Ele era cabeça dura. Os ignorou por muito tempo, mas , há algum tempo, os laços estão se estreitando novamente. E até combinaram de sair na sexta feira, que finalmente havia chegado. 
Com eles, ele parecia ter vida novamente. Brincava, conversava, mas nunca, nunca falava o nome dela. Eles sabiam disso, e exatamente por isso, o levaram para um bar/boate no centro da cidade que sempre estava lotado. Era um dos melhores da cidade. Ele nunca fora de baladas. E lá estava ele, tentando lembrar o nome da bebida favorita , sentado no bar. Depois da ajuda do Barman, ele tomou , e sentiu  o frescor do álcool escorrer por sua garganta. Lembrou-se dela.Razoavelmente feliz, era como ele estava. Já fazia alguns dias que não se afogava em lágrimas e muito menos no álcool. Isso era bom. Ele prometera que ia pegar leve com a bebida.
 Era ridículo ir a uma boate e somente ficar sentado a olhar as outras pessoas se divertindo,  ele sabia disso, mas não estava exatamente no clima de dançar, ainda mais sem sua companhia predileta para isso. 
Uma mulher, que na opinião dele, mais parecia uma vadia de primeira impressão, sentou a duas cadeiras de distância, e pediu uma bebida. Os homens ao lado, não se importavam em olhar para as, até que belas pernas da mulher. Cafajestes, pensou ele. Ela deve estar chapada, pensou quando viu a moça deixar a bebida no balcão e se meter na pista de dança como se a pista a chamasse.  Ele ignorou, como já pensou, deve já estar bêbada. 
Depois de muita insistência dos amigos, foi tentar dançar. Conheceu algumas amigas dos amigos, eram legais, porém vazias. Só cabelo, maquiagem, e bunda. 
Ele estava quieto somente curtindo a música contagiante, quando algum corpo feminino chamou sua atenção, no meio de outros tantos que se moviam rapidamente. 
Ele estreitou os olhos e finalmente achou. Era a vadia. Como ? Pensou ele. 
Ela dançava perfeitamente, harmonia entre os braços, as mãos e o resto do corpo. Era quase sobrenatural. Ela dançava com tanto sentimento que ele quase pode senti-lo no ar, e na música. Ela parecia ser a única pessoa que realmente estava curtindo a música, literalmente, pensou. 
Reparando mais na face da moça quando as luzes a refletiam, ele ficou estasiado. 
Não pela beleza , mas pela semelhança. Elas se pareciam muito. Claro, a moça fazia bem mais o estilo personalidade forte, com seu vestido preto curto e uma maquiagem negra. Mas, o cabelo castanho comprido solto, com as ondulações nas pontas, o nariz simpático e bem delineado, até os lábios, pequenos . Seu coração começou a pulsar mais rápido, e sua mente a embasar. Quando a moça passou as mãos pelo peitoral, foi como se ela dissesse , venha até mim. E ele foi, foi como se necessitasse do corpo dela junto ao dele para respirar. Sua mente já estava confusa o bastante para não entender os sinais. Chegou perto, a agarrou e a girou, ficando assim frente a frente com a moça. 
Ele quase implorou por luz, para conseguir enxergar novamente o rosto dela. Ficou pasmo ao ver os olhos castanhos. A segurou mais forte pela cintura. Se perguntou se era uma visão ou se já estava bêbado. Mas ele nem havia bebido mais do que dois goles. Quando a moça, o envolveu pelo pescoço,  foi quase como se ele estivesse revivendo a primeira dança , com ela. Ele a precisava senti-la novamente, pela última vez.
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Ela estranhou quando o rapaz encostou a testa na dela, e sussurrou algo baixinho. Deve estar bêbado, pensou. Não importava, somente diversão, se lembrou. 

Depois de alguns segundos respirando o perfume forte do rapaz, ela já não queria mais ficar ali. Ela queria sair, ficar livre novamente, o perfume a tinha lembrado dele. Ela tentou se desprender dos braços do rapaz, mas foi impossível, ele a não soltara. Ela ficou imóvel, somente deixando em repouso as mãos do rapaz em sua cintura. Estranhou mais ainda, quando ele a cheirou no pescoço, como se quisesse saber o perfume que usava. O gesto lhe causou arrepios, e pensou logo que ele era um bom paquerador. 
Estava prestes a se virar e sair dalí quando se sentiu livre das mãos do rapaz, mas, foi sendo puxada por entre as pessoas. Demorou um pouco para entender o que estava passando, mas era ele, ela concluiu.
Quando sua visão permitiu, ela estava andando pelo estacionamento ao lado do rapaz, que agora na luz fria e amarela do lugar, lhe permitiu ver o quanto de beleza no rosto dele havia. 
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Ele depois de sentir o perfume doce e leve da moça, teve toda a certeza de que, elas se pareciam muito, mais do que o normal. 

Pessoas se parecerem fisicamente, é comum, mas não usarem o mesmo perfume, e muito menos terem  as mãos macias , pensou ele. Não importava. Seus olhos já estavam marejados e ele sentiu que podia desabar alí no meio de todos a qualquer momento. Sim ou Não ? 
Sim, vou levá-la daqui , decidiu ele imediatamente. 
Pegou a moça pelo braço e a conduziu para o estacionamento, precisavam sair dalí, ele precisava tentar provar de uma coisa, que quis muito fazer , antes de tudo acontecer. 
Quando chegaram no estacionamento subterrâneo, com as luzes, ele pode ver que , meu deus, era realmente incrível. 
Tudo, o castanho do cabelo cacheado e longo, a altura, um pouco mais baixa do que ele, a cor da pele, um branco sutil, os olhos, castanhos escuros que pareciam exatamente bolinhas de gude, as sobrancelhas, bem feitas e escurinhas, o nariz, delicado e sutil, os lábios, pequenos e rosados, o queixo, fino e belo, o corpo pequeno e fofo. Como pode, como pode ? Pensou ele. Só se deu conta de que havia parado em baixo da luz para conseguir analisar todos os detalhes no corpo na moça, depois que ela sorriu e o tocou suavemente na face, limpando as lágrimas que desciam pelo rosto dele. Ele tentou sorrir . Quase conseguiu.
Apertou todos os botões do controle do carro que piscou em algum lugar , não muito longe da onde estavam, ele a guiou com as mãos trêmulas até o carro, abrindo a porta e a colocando lá dentro. Ela se submeteu a ficar quieta. Somente a observar . 
Ele , quase não conseguiu achar o cinto de segurança para colocar na moça, e com uma ajudinha dela, finalmente conseguiu. 
Ela segurara suas mãos trêmulas, e o olhara fixamente nos olhos, quase como se perguntasse, por que está chorando ? Ele entendeu, e acariciou a face da moça, que mexeu os lábios levemente para o lado. A leveza, a maciez da pele, era uma sensação que ele podia sentir pelo resto dos seus dias. Como se não aguentasse mais, ele chegou perto o suficiente para os lábios se roçarem, o que gerou mais ainda uma sensação de desconhecido no ar. 

2 comentários:

  1. Garota vc escreve muito bem. Olha eu realmente não sou fã de one direction ou justin bieber, mas to sempre lendo. E vc realmente sabe escrever, e olha que eu sou bem crítica no que leio, e vc me surpreendeu, continue assim. Tá ótima sua fanfic, não desanima se vc tiver poucos comentários. Bjoss, vou estar sempre lendo, mas não prometo estar sempre comentando :)

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  2. Olá, obrigada pela crítica positiva ! Obrigada por ler e comentar, uau, isso foi incrível !
    Espero ver você nos comentários novamente !

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